Necrológio dos Padres e Irmãos da Ordem de São Basílio Magno

Província de São José no Brasil

Pe. Inocêncio Ivan Mêchaltchuk, OSBM

Nasceu na Ucrânia em 10 de outubro de 1884, e veio para o Brasil em 1911. Começou sua carreira na vida no exército austríaco, seu comportamento exemplar lhe rendeu elogios e reconhecimento. Seguindo o conselho do metropolita Andrei Sheptytsky, deixou o serviço militar, o que lhe abriu grandes oportunidades e assim começou os estudos teológicos. No ano de 1910 foi ordenado sacerdote, no ano em que do Brasil foi para Ucrânia o Pe. Clemente, que por fim acabaram se encontrando, e aceitou a ideia de vir para o Brasil. Cheio de força e entusiasmo, o jovem sacerdote se apaixonou pelo trabalho missionário em uma terra desconhecida. Assim, após um ano, ele já estava em trabalho pastoral em Antônio Olinto. Aqui ele deixou belos frutos de 40 anos dedicados na vinha do Senhor. O melhor monumento por ele deixado é a bela igreja com cinco cúpulas dedicada à Nossa Senhora dos Corais. Até hoje é considerada uma das mais belas do Brasil, como também surpreende muitos estrangeiros.  Depois da igreja, Pe. Ivan dedicou-se para construção da casa para o sacerdote, casa das irmãs e a gruta para Nossa Senhora.  Não era de coisas superficiais, acostumado a punições militares, queria ver a ordem em todos os lugares, era um inspetor de longa data das escolas do governo e gozava de grande respeito nos círculos governamentais. Importava-se especialmente com a catequese das crianças e com a sincera devoção dos fiéis à Mãe de Deus, da qual ele era um exemplo vivo. Portanto, as festas marianas em Antônio Olinto assumiram um caráter solene, incluindo as festas da Assunção e da Imaculada Conceição. Era grande devoto das almas do purgatório. Para as pessoas, Pe. Ivan não era só o sacerdote, mas também o conselheiro, alguém que representava o povo perante o governo, era o médico nos casos sem esperança, resumindo: um verdadeiro pastor. Por um longo tempo Pe. Ivan possuía o desejo de ingressar na Ordem de São Basílio, mas não o fez por não haver outro sacerdote que pudesse o substituir no ofício de pároco. Esse seu desejo tão nobre veio a realizar-se pouco antes de sua morte. Pe. Ivan sofria de diabete, nos últimos tempos já não podia mais caminhar. Ele foi a Curitiba em busca de auxilio médico, mas quando viu que a esperança era em vão, voltou a amada Antônio Olinto para que pudesse fechar seus olhos em meio aos seus paroquianos. Heroicamente, sem reclamar, suportou dores irritantes. Declarando seu desejo de morrer como religioso na Ordem de São Basílio Magno, recebe três semanas antes de sua morte o hábito basiliano e o novo nome de Inocêncio, em sinal de nova vida. Nos seus últimos dias foi assistido por dois coirmãos de Ordem. No dia 13 de julho de 1950 os sinos anunciavam a partida de Pe. Inocêncio. Centenas de fiéis vieram para despedir-se do zeloso pastor. A Divina Liturgia foi presidida pelo bispo latino e mais cinco sacerdotes basilianos. Pe. Inocêncio descansa entre seu amado povo no cemitério de Antônio Olinto.