BASILIANOS NO BRASIL

 

Conselho Provincial

 

O atual conselho provincial – Gestão 2020-2024 – é formado pelos membros:

– Pe. Antonio Zubek, OSBM – superior provincial

– Pe. Soter Schillher, OSBM – vice provincial e conselheiro

– Pe. Dionísio Horbus, OSBM – conselheiro

– Pe. Valdemiro Eufrem Krefer, OSBM – conselheiro

– Pe. Metódio Techy, OSBM – conselheiro

– Pe. Elias Marinhuk, OSBM – secretário

– Pe. Arcenio Krefer, OSBM – ecônomo[/vc_column_text][/vc_column]

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Histórico

A história dos basilianos no Brasil está indissoluvelmente ligada à imigração ucraniana. Essa história começa com um único padre e se desenvolve com o trabalho incansável e sacrificado de tantos membros da Ordem em prol desse povo ao longo de 120 anos, vindo a se firmar como uma instituição que tem seu nome quase que identificado com a vida dessa etnia no Brasil.

Os primeiros imigrantes começam a chegar aqui a partir de 1895, em grupos menores ou maiores: em 1897 já eram cerca de 15.000 no Estado do Paraná (que naquele tempo abrangia uma parte do norte de Santa Catarina). O principal núcleo de ucranianos era Prudentópolis, centro de atuação dos padres basilianos. Outro núcleo era Rio Claro e região sul do Estado, atendido historicamente pelos padres diocesanos ou eparquiais.

As condições de vida dos primeiros imigrantes eram por demais precárias, principalmente por falta de infraestrutura para desenvolver as atividades econômicas básicas de sustento. Mas, talvez mais que tudo, os imigrantes sentiam o abandono espiritual, a falta de atendimento religioso, atendimento segundo suas caras tradições. Foi por esse motivo que as lideranças ucranianas de Prudentópolis dirigiram-se ao Provincialado dos Padres Basilianos na Ucrânia, pedindo encarecidamente o envio de padres para suprirem suas necessidades espirituais.

O pedido foi até prontamente atendido e no dia 21 de junho de 1897 chegava a Curitiba o primeiro missionário basiliano, padre Silvestre Kizema. No ano anterior já tinham vindo dois padres diocesanos que se instalaram em Rio Claro-Mallet. Após entendimentos com o bispo de Curitiba, padre Silvestre dirigiu-se para Prudentópolis e de imediato iniciou um trabalho de extensas proporções entre os imigrantes ucranianos. Nos primeiros tempos, dedicou-se a tarefas religiosas básicas, celebrar os sacramentos, batizados e matrimônios em massa, visto que os imigrantes ficaram longo tempo praticamente sem acesso algum aos sacramentos.

Já em 1898, padre Silvestre construiu em Prudentópolis uma primeira capela que dedicou a São Basílio Magno. Em 1904 foi construída no local uma igreja mais espaçosa, igualmente dedicada a São Basílio.

Em setembro de 1898, padre Silvestre recebeu da Ucrânia um auxiliar, padre Antonio Martyniuk. Os dois sacerdotes se puseram, então, a organizar comunidades em torno de Prudentópolis. Em menos de um ano, construíram mais cinco igrejas na região: Esperança, Eduardo Chaves, Piquiri, Linha Paraná, Coronel Borman. O padre Martyniuk era um talentoso pregador de missões. Na virada do século, ele efetivou missões em praticamente todos os núcleos ucranianos no Paraná e em Santa Catarina. Foi ele também quem introduziu o Apostolado de Oração nas comunidades ucranianas. Os padres tiveram igualmente a iniciativa de fundar escolas para os imigrantes.

Em 1902, os padres Kizema e Martyniuk retornaram à Ucrânia e em seu lugar vieram três novos missionários: padre Myron Khmilevskyi, padre Marciano Shkirpan e padre Clemente Bzhukhovskyi. Com eles veio também um irmão, Gabriel Budnyi, um hábil construtor de igrejas, montador de altares e iconóstases, além de possuir aptidões para a música e artes gráficas. Os padres Shkirpan e Bzhukhovskyi, o primeiro trabalhando em Prudentópolis e o segundo na região de Iracema, Santa Catarina, conquistaram grande estima do povo e se tornaram os grandes pilares da Missão basiliana no Brasil.

A partir de 1906 foram chegando novos padres e irmãos e a missão basiliana foi cada vez mais se encorpando. Em 1909, o padre Shkirpan comprou em Viena uma máquina tipográfica e a trouxe para Curitiba, onde foi montada uma pequena gráfica. Começou então, no ano de 1910, a ser publicado um periódico bimensal, o “Prapor” (“Bandeira”). No ano seguinte, a gráfica foi transferida para Prudentópolis. O “Prapor” foi interrompido, mas dois novos periódicos começaram a ser impressos pelos padres: o “Misssionar” (“Missionário”), direcionado mais ao Apostolado de Oração, e o jornal “Prácia” (“Trabalho”), de assuntos gerais, mas também de cunho religioso. Apesar de todos os percalços e em periodicidade variada, ambos os periódicos são publicados até os dias de hoje.

Em 1922 foi criada oficialmente a Missão Basiliana no Brasil pelo superior provincial da Ucrânia, Pe. Anastácio Kalysh, que tinha vindo para realizar visita canônica entre os padres. A equipe da Missão ficou assim constituída:

Superior da Missão:  Pe. Marciano Shkirpan.

Conselheiros: Pe. Clemente Bzhukhovskyi, Pe. Eustáquio Turkovyd e Pe. Januário Kotsylovskyi.

Secretário: Pe. Rafael Krynytskyi.

 

Com a instituição da Missão, a comunidade basiliana foi crescendo ano a ano: novos padres foram chegando da Ucrânia e o campo de trabalho foi se estendendo. Os padres tinham condições de atender pastoralmente mais núcleos ucranianos, embora isso importasse em viagens longas e sacrificadas, o mais das vezes em lombo de cavalo.

 

Em 1930, a Missão contava com 8 padres e 3 irmãos, além de dois padres nativos que estavam se formando na Ucrânia: Josafat Roga e José Martenetz, futuro primeiro bispo para os ucranianos no Brasil. Já havia, portanto, um número suficiente para ser criada uma Vice-Província no Brasil.

Assim, pois, com a aprovação da Sagrada Congregação para as Igrejas Orientais, o superior geral da Ordem, padre Dionísio Tkatchuk, por meio do decreto do dia 6 de dezembro de 1931, elevava a Missão brasileira à categoria de Vice-Província. Com o mesmo decreto, o superior geral aprovava o desejo dos padres do Brasil e abria em Prudentópolis o noviciado para a Vice-Província brasileira.

O primeiro superior vice-provincial foi o padre Eustáquio Turkovyd. Depois dele, vieram mais dois vice-provinciais: Pe. Marciano Shkirpan e Pe. José Martenetz. Em 1935, a Vice-Província fundava, em Prudentópolis, o Seminário São José, com o principal objetivo de preparar vocações para o noviciado da Ordem. Esse estabelecimento teve vital importância para o crescimento da Ordem no Brasil, como também deu importante contribuição para a formação de tantos jovens que, mesmo não ingressando na Ordem, alcançaram razoável projeção no campo profissional.

Em 1948, quando a comunidade basiliana no Brasil celebrava seu 50º aniversário de presença e atuação no país, a Vice-Província vivia tempos de ampla prosperidade. Contava então com 47 membros: 22 padres, 3 irmãos, 16 clérigos-seminaristas maiores, e mais 12 noviços. A comunidade tinha atingido a maturidade para se tornar Província.

Assim, nesse mesmo ano de 1948, o superior geral da Ordem, na pessoa do Pe. Hlib Kinach, dirigiu-se à Congregação para as Igrejas Orientais formulando o pedido de criar no Brasil uma nova Província da Ordem. A Congregação respondeu positivamente e o superior geral, através do decreto do dia 22 de maio de 1948, criava a Província de São José no Brasil. O decreto requeria que fosse convocado de imediato um primeiro Capítulo Provincial para eleger o superior provincial e constituir toda a cúria provincial. Foi eleito como primeiro superior da nova Província o padre José Martenetz. Com a instalação da Província, a comunidade basiliana recebeu um considerável empuxo nos seus quadros e nas suas atividades.

Atualmente, atuando nos Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, os membros da Ordem estão à frente de 13 paróquias, sendo que cada paróquia inclui um número plural de igrejas ou capelas dependentes da matriz. A Província é mantenedora de dois estabelecimentos de ensino: um de ensino fundamental e médio, o Colégio São José em Prudentópolis, ocupando as instalações do antigo Seminário São José, e outro de nível superior, a Faculdade São Basílio Magno (FASBAM) em Curitiba, que oferece o Curso de Filosofia, credenciado, desde 2014, pelo Ministério de Educação e Cultura. O Curso de Filosofia, porém, funcionava como curso livre desde 1969.

Vale registrar ainda que dos quadros da Província foram nomeados 5 bispos.