CARISMA:

O carisma basiliano emana de duas fontes: de São Basílio Magno, nosso patriarca na ordem da espiritualidade, e dos fundadores da instituição, São Josafat e José Rutskyi. As duas fontes convergem sobre dois pontos expressivos do carisma: a vida comunitária e o serviço à Igreja.

A vida comunitária: São Basílio Magno é propriamente o iniciador da vida monástica comunitária, inspirada no Evangelho.  Ele acreditava na utopia cristã projetada nos Atos dos Apóstolos (At 2, 42-47): vida em comunidade como comunhão carismática. É possível viver em comunidade, em comunhão de bens, de dons e carismas. São Basílio tem duas constantes principais de referência: a primitiva comunidade de Jerusalém, descrita nos Atos, e a imagem de São Paulo da comunidade cristã como Corpo de Cristo, comunhão de dons e carismas, sob a guia do Espírito Santo, descrita em 1Cor 12. “Todos somos mutuamente membros uns dos outros, tendo diferentes carismas de acordo com a graça recebida… Num só Espírito, todos juntos, auxiliando-nos mutuamente com os nossos dons, plenificamos o Corpo de Cristo” (São Basílio, carta 90). São Josafat e Rutskyi, ao escrever as primeiras regras da comunidade, reafirmam esses princípios de Basílio.

O serviço à Igreja: tanto o patriarca São Basílio como os fundadores São Josafat e Rutskyi entendem as comunidades como profundamente inseridas na Igreja. As comunidades idealizadas por São Basílio são núcleos eclesiais, comunidades na Igreja e da Igreja. Basta lembrar o serviço  oferecido à Igreja e à sociedade daquele tempo pelos basilianos da “Basilíade”, nos arredores de Cesareia.

O mesmo objetivo foi divisado por São Josafat e Rutskyi: a Ordem Basiliana deveria colocar-se a serviço da Igreja, particularmente a serviço da renovação da Igreja em terras ucranianas (e territórios vizinhos), prestar amplo serviço pastoral para a edificação da Igreja de Cristo.

Nesse sentido, tanto São Basílio como São Josafat e Rutskyi, ofereceram seus próprios exemplos de vida. Basílio, inicialmente, após seus estudos em Atenas, pretendia abandonar tudo e levar uma vida eremítica em isolamento às margens do rio Íris, na Capadócia. Mas ouviu o chamado da Igreja, tornou-se bispo, e teve sua vida marcada por uma intensa atividade teológica e pastoral. Da mesma forma, São Josafat e Rutskyi aceitaram ser bispos e serviram com total doação à Igreja.