SEMINÁRIO SÃO JOSÉ

 

A ideia de possuir um seminário próprio, com a finalidade principal de fomentar vocações, ganhava força na medida em que as necessidades de recursos humanos aumentavam no âmbito da missão basiliana no Brasil. No ano de 1934 havia já em torno de 50 comunidades ou agrupamentos de colonos ucranianos em diversas localidades nos estados do Paraná e Santa Catarina, nas quais se tinha iniciado atendimento pastoral.

A primeira ideia a divisar um seminário menor para a Missão basiliana surgiu ainda nos anos 30 com o plano de abrir um internato na capital, Curitiba. No entanto, por vários motivos, principalmente de ordem econômica, a ideia não resultou viável.

Mas a fé num projeto de criar uma instituição para formar jovens para a Igreja e, sobretudo, de fomentar e promover vocações para as fileiras da própria Ordem, haveria de se tornar realidade. E se tornou efetivamente realidade por meio de uma pessoa idealista e carismática, o padre Josafat Roga. O jovem sacerdote que, após a conclusão dos estudos, tinha retornado ao Brasil em 1934, de imediato abraçou com entusiasmo a ideia de dar início a um seminário menor, mesmo contando com condições bem precárias para tanto. Para pôr em prática seu empreendimento recebeu as bênçãos dos superiores e se pôs a trabalhar.

[/vc_column_text][/vc_column]
[/vc_row]
Inicialmente, tratou de compor uma “infraestrutura” mínima para o funcionamento do internato: foi feita uma reforma interior em uma velha casa que pertencia anteriormente às Irmãs Servas, para adaptá-la às repartições necessárias para a moradia dos meninos e para o funcionamento da escola. O padre Roga entendeu-se também com os demais membros da casa de Prudentópolis a fim de compor o pessoal de atendimento do internato. Tudo próximo do mínimo necessário, segundo as circunstâncias da época.

No dia 4 de junho de 1935 deu-se a “solene” e “festiva” inauguração do seminário: o padre Josafat Roga, levando consigo 7 meninos que tinha reunido, dirigiu-se à igreja paroquial e com uma humilde oração pediram a bênção de Deus. Era o primeiro dia de vida do Seminário, que o padre dedicou a São José, e foi lançada a semente de uma obra que se revelou grande e importante para a Ordem Basiliana e para a Igreja no Brasil. E a bênção de Deus foi visível e muitos frutos foram produzidos.

Saindo da igreja, veio a “aula inaugural”, uma lição de catecismo, almoço frugal, um passeio à tarde, ensaio de canto – o primeiro dia de 73 anos… A obra foi adquirindo dimensões promissoras: no ano seguinte, 1936, já eram 36 alunos, seminaristas menores. De ano a ano, o número de internos foi crescendo, os programas de formação se consolidando. De início, o Seminário São José abrigava o antigo ginásio, com um curso propedêutico de um ano; a partir do ano 1985 foi instalado também o ensino médio.

Com o decorrer do tempo, logo as instalações da velha casa se tornaram apertadas e inadequadas para atender a um número crescente de seminaristas e às necessidades de ensino e formação.

No ano de 1938 foi iniciada a construção de um novo prédio para o Seminário, que ficou pronto já no início de 1940. O novo Seminário exerceu sua nobre finalidade até 1956, quando foi demolido, cedendo seu espaço para um novo edifício que, pelas suas dimensões e sua imponência física, inspira uma certa “reverência” na paisagem da cidade.

Instalado no novo prédio, o Seminário sustentou um crescimento constante e contínuo, atingindo o seu auge nos anos 80, mantendo, cada ano, uma média superior a 100 alunos – o que, para a Ordem Basiliana e para a realidade ucraniana no Brasil, representou um índice expressivo. Tantos sacerdotes e tantos talentos leigos tiveram a sua forja inicial dentro dos muros desse vetusto prédio.

O Seminário São José chegou à idade de 73 anos de vida. Funcionou, num ritmo decrescente, até o ano de 2008. Infelizmente, a ação do tempo e os rumos da história são implacáveis. Pela conjunção de uma série de motivos, a sua hora também chegou. O ensino público se expandiu para todos os lugares, as opções de vida para os nossos jovens se diversificaram, o fervor religioso nas famílias diminuiu. Todos esses fatores se somaram a problemas internos, principalmente de gestão e administração na complexa realidade de hoje.

O prédio do Seminário São José ainda hoje exerce seu fascínio. Se sua alma desvaneceu, ele permanece altivo, como memória petrificada, testemunho mudo de tempos brilhantes, de uma obra que cumpriu sua missão. Porém, uma continuidade é necessária, eventualmente em novos moldes.