Pe. Silvestre Kizema

Nasceu no dia 11 de setembro de 1862. Ingressou na Ordem no dia 20 de agosto de 1893, sua profissão perpétua emitiu em 1 de janeiro de 1889, ordenado sacerdote no dia 26 de setembro de 1890. No dia 11 de maio de 1897 saiu de Lviv na Ucrânia para missão no Brasil com o navio “Córdoba” chegando assim em Paranágua no dia 21 de junho de 1897, seguindo de trem até Curitiba. Na “terra de Santa Cruz”, Pe. Kizema encontrou inúmeras dificuldades, inclusive com as autoridades eclesiásticas. Apresentou-se ao bispo de Curitiba Dom José de Barros Câmara que tinha jurisdição em todo Paraná e Santa Catarina, mas o bispo – aconselhado por um sacerdote polonês não quis o receber, até mesmo disse para ele algumas vezes: “Volte para Europa!”. Assim sendo, o Pe. Kizema voltou-se ao núncio apostólico no Rio de Janeiro, com quem teve um encontro e uma boa ligação. Imediatamente com a intervenção do núncio, o bispo de Curitiba o recebeu e disse para o quanto antes dirigir-se até Prudentópolis. O motivo dessa insegurança do bispo Dom José era que os sacerdotes poloneses (latinos), o convenceram de que padres ucranianos aqui não era preciso, pois eles conseguiam entender os ucranianos e poderiam os atender. Em geral a Igreja Católica no Brasil era contra missionários estrangeiros na época, ainda mais sendo de outro rito.  Em Curitiba, Pe. Kizema trabalhou entre os ucranianos por 9 intensos e difíceis dias. Nosso povo recorria a ele com os olhos envoltos em lágrimas, mas também com grande alegria na alma. Pe. Kizema até altas horas da noite ouvia às confissões. Em Prudentópolis o povo estava sem padres há mais de um ano, e lá se encontravam mais de 8 mil ucranianos. Ali chegou o Pe. Kizema no dia 6 de julho de 1897. Residia na casa do imigrante ucraniano Forkévetch. Atendeu um pouco o povo que estava na cidadezinha, e assim partiu para os povoados (colônias). Seu trabalho pastoral, como mesmo atesta, realizou a pé: “ando a pé, pois não tenho cavalo, de dia preciso andar alguns quilômetros, mesmo estando quente, eu tenho que subir as montanhas, enfrentar as florestas e procurar o povo e as crianças, pregar, catequisar e confessar. Tenho pregações de manhã e à tarde, o resto do dia para atender confissões e outras atividades”.  Mesmo com todas dificuldades Pe. Kizema não decaiu, pois ele chegou para ficar com o seu povo e ajudá-los. Foi também para Iracema – Santa Cataria, chegando lá o nosso povo o recebeu com lágrimas, os mais idosos beijavam os pés e a terra por onde passou o padre que veio da pátria mãe, pois viram o seu padre ainda quando estavam na Galícia. Como em Prudentópolis, imediatamente iniciou sua missão. Retornado para Prudentópolis, Pe. Kizema visitou ainda o povoado de Ipiranga – 40 km de Curitiba, e ali pregou 8 dias de missão para o nosso povo que ali se estabeleceram em 1896. Com os esforços de Pe. Kizema, o povo abriu escolas, ensinavam às crianças. Voltou para a Galícia em 1902, deixou a Ordem de São Basílio e faleceu em Lviv como padre secular no dia 13 de outubro de 1906. Eterna seja sua memória! Que o bom Deus o recompense por todo o bem feito aqui no Brasil.