Necrológio dos Padres e Irmãos da Ordem de São Basílio Magno

Província de São José no Brasil

Pe. Irenarco João Malaniak, OSBM

O futuro sacerdote missionário nasceu em 30 de janeiro de 1909 em Ripchytsia, na família de Pedro e Ana de Feshchak Malaniak. Ingressa no noviciado basiliano no ano de 1927, no dia 17 de março de 1928 emite os votos temporários. Depois de fazer os votos perpétuos, no dia 26 de agosto de 1934, o jovem monge recebeu a ordenação sacerdotal das mãos do Bispo Josaphat Kotsilovskyi. No fim dos anos 30, Pe. Irenarco chega ao Brasil e tem por incumbência atender Ivaí e os arredores. Vários anos de trabalho em Ivaí deixaram uma marca profunda nos paroquianos, e isso ficou evidente pelo apego que foi expresso em sua saída. No ano de 1941, foi preciso ir para Prudentópolis, pois havia meninos interessados em ingressar na Ordem e era necessário a abertura do noviciado. Assim foi, Pe. Irenarco torna-se o primeiro mestre de noviços no Brasil. Através deste trabalho, foi possível ver o crescimento da Ordem de São Basílio Magno nas terras de Santa Cruz. Os noviços que estavam sob sua liderança podem testemunhar que seu método tinha a capacidade de entender as pessoas, entre outras coisas, ele parecia um bom psicólogo na condução do programa do noviciado, ao reger o coro e nas outras ordens de noviciado. Isso tornava a vida do noviciado para os noviços inesquecível e ainda perfumada em suas memórias, que ainda não se apagaram. Ao mesmo tempo, ele ensinou no seminário e trabalhou em outras áreas pastorais. Ele expressou seu amor pela Santíssima Virgem construindo uma gruta da Virgem de Lourdes em Prudentópolis em 1944. Em Pitanga também está presente uma gruta feita por sua liderança. No final dos anos 40, Pe. Malaniak vai para Pitanga, de onde a cavalo atende inúmeras localidades aos arredores. Perto de Campo Mourão, havia uma localidade ainda sem nome onde estava inúmeras famílias ucranianas. Pe. Malaniak batiza a localidade com o nome de UPÁ (Українська Повстанська Армія – Ukrainska Pôstanska Armia) que significa forças armadas ucranianas, em homenagem ao exército daquele país. Esta localidade até hoje leva esse nome e continua com as tradições dos antepassados. Depois daí, Pe. Malaniak vai para Curitiba. O último e incansável trabalho deste sacerdote foi em São Paulo, onde até hoje os fieis lembram com muito carinho e reconhecimento as tarefas do Pe. João, como aqui muitos o chamam. Algumas pessoas mais idosas de São Paulo afirmam: “O Pe. João puxava terra de carriola e de batina para construir esta igreja”. A rádio 9 de julho, rádio católica da arquidiocese de São Paulo, abria espaço para o Pe. Irenarco fazer programa na língua ucraniana para que o povo pudesse ouvir a língua de origem e saber dos acontecimentos da igreja, visto que a emigração para São Paulo veio bem depois que para o sul do país. Pe. Malaniak possuía também um espírito ecumênico, abraçava com carinho os irmãos ortodoxos, além de ter um bom relacionamento com o padre Basílio Pétrek, que com muito respeito e piedade se dirigia aos ucranianos católicos. Os fieis de rito latino também possuem por ele uma grande consideração, tanto que com seus esforços a comunidade de São Paulo atende tanto os fiéis ucranianos católicos quanto os fiéis de rito latino. Depois de tanto trabalho em vista do bem do povo de Deus, da Ordem de São Basílio e da Igreja, Pe. Irenarco faleceu no dia 3 de abril de 1978 com 70 anos de vida, 50 de profissão religiosa e 44 de ministério sacerdotal.  Faleceu no seminário maior São Basílio em Curitiba, onde imediatamente toda comunidade uniu-se para o ofício monástico de exéquias. No outro dia seu corpo foi transladado para Ivaí para igreja Sagrado Coração de Jesus, onde por volta das 15h deu-se início a Divina Liturgia de exéquias presidida por Dom José Martenetz, OSBM, concelebrada pelo Superior Provincial Paulo Kraiczyi, OSBM e dezenas de sacerdotes. Além disso inúmeros fiéis vindos de longe: Campo Mourão, Pitanga, São Paulo, Ponta Grossa e Curitiba. A homilia de despedida foi proferida pelo Pe. Basílio Zinko, OSBM. Também estiveram presentes os padres: Tarás Olinek, OSBM, e Agostinho Ditkun, OSBM. Descansa no cemitério monástico de Ivaí ao lado de seus confrades que o antecederam na eternidade. Eterna memória!