Necrológio dos Padres e Irmãos da Ordem de São Basílio Magno

Província de São José no Brasil

Pe. Cirilo Constantino Simkiv, OSBM

Nasceu em 8 de junho de 1866, na Ucrânia. Ingressou na Ordem de São Basílio Magno em 23 de abril de 1887, emitiu os primeiros votos em 24 de novembro de 1888 e os votos perpétuos em 18 de janeiro de 1892, foi ordenado sacerdote em 11 de maio de 1893. Tornando-se sacerdote, Pe. Cirilo era catequista nas escolas públicas de Drohobych e também se ocupava das crianças pobres, coletava esmolas para еlas e as preparava para o colegial, assim o consideravam como pai e mãe. Posteriormente Pe. Simkiv foi transferido para o mosteiro basiliano de Zhovkva, onde construiu a capela. No Brasil chegou no início de 1906. De Prudentópolis dirigiu-se imediatamente para o trabalho em Serra do Tigre no lugar do Pe. Nikon Rosdolskyi (sacerdote secular), mas o povo ali não o recebeu. Após a morte do Pe. Rosdolskyi, quando lá chegou também o Pe. Schkirpan para presidir a Divina Liturgia, diante dele fecharam a Igreja, mesmo com a Eucaristia no sacrário. O povo tinha o argumento de que se a igreja foi construída pela comunidade, então a comunidade deve governa-la. Chegando ali o Pe. Cirilo teve de se comportar discretamente com a diretoria da igreja, pois à menor sugestão dada principalmente em relação aos exageros de festas e bebidas, iriam fechar a igreja em sua frente. Mesmo assim houve alguns exageros que não pode aguentar, e teve que tomar atitude, mas ser resoluto em meio à bagunça. Com isso começaram a controlar sua vida. Esse relato aconteceu em Serra do Tigre, somente se houvesse algum sepultamento o padre poderia deixar a igreja, e mesmo assim ainda um homem o bateu na cabeça. No final de tudo isso, acabaram por fechar a igreja diante do padre porque não queriam um padre religioso, e sim um do clero secular, acabaram por o expulsar de Serra do Tigre. Sendo obediente ao bispo, não retornou para Prudentópolis, mas mudou-se para a Colônia Três onde conseguiu um pequeno terreno e com um ano construiu uma igrejinha e o pequeno mosteiro, ali continuou o seu trabalho. Os não simpatizantes do Pe. Simkiv convidaram da Galícia um padre com advertência (suspenso) e casado: Petretskei. Até a chegada de Petretskei, Pe. Simkiv recebeu uma carta das autoridades eclesiásticas da Galícia dizendo que ele estava suspenso, assim leu essa carta na igreja e disse que não era bom ir pedir conselhos espirituais a um padre que está suspenso das ordens sacras. Isso resultou em uma luta mais persistente e dificuldades ainda maiores para o Pe. Simkiv. Em geral o povo gostava dele, muitos vinham de longe para confessar-se ou receber os sacramentos. Por várias vezes aconteceu de confessar toda a noite, e no tempo da grande quaresma as pessoas esperavam até três dias para poderem se confessar. Ele nunca desistiu apesar das dificuldades. Pe. Simkiv era de alta estatura, cabelos pretos, respeitoso, não era muito risonho, seus sermões eram pregados com autoridade e coerência, nunca se importou com as ameaças e insultos. Quando o homem que o atingiu na cabeça em Serra do Tigre adoeceu, Pe. Simkiv foi até ele à noite, embora estivesse receoso de ser alguma armadilha, mas não era, o homem se confessou e na mesma noite faleceu. Na Colônia Três, Pe. Simkiv vivia em constante perigo, muitas vezes sua casinha era atacada durante a noite por pessoas desconhecidas, alguns ucranianos tinham que defender sua moradia. Mesmo nos perigos, Pe. Simkiv procurou construir o futuro do povo ucraniano e da igreja no Brasil. Construiu uma pequena escolinha junto com uma sala de leitura. Todos os domingos após a Divina Liturgia o povo ali se reunia para ouvir as leituras e conversar sobre os tópicos relacionados com o povo ucraniano e a igreja. Reuniu 7 meninas, as alojou em uma casinha perto da igreja e as ensinava diversas coisas, assim elas também cuidavam da igreja. Nesse tempo, Pe. Simkiv escreve uma carta para o Metropolita André Shepteskei para que envie irmãs para o Brasil, visto que já possuía sete candidatas. Mas do Metropolita veio a resposta: “envie as meninas para casa, pois as irmãs não irão para selvas em meio aos selvagens”. Ele também começou a organizar um pré-seminário e reuniu 15 meninos, ensinando-os o caminho para o sacerdócio.  Por outro lado, os pais ainda não tinham ideia do que era vocação. Alguns meses antes de sua morte, Pe. Simkiv, retornando de uma visita a um enfermo, pegou um resfriado que se agravou e tornou-se uma pneumonia. No entanto, melhorando suas condições pregou para suas ovelhas 8 dias de missões antes do Natal de 1910, e no dia de Natal foi para cama de onde não mais se levantou. Pe. Simkiv faleceu na noite de 22 para 23 de janeiro de 1911. Para o funeral veio o Pe. Shkirpan de Prudentópolis e mais dois sacerdotes de rito latino de Rio Claro. Pe. Simkiv desejou ser sepultado entre os fiéis, mais o povo o sepultou ao lado da igreja para que que quando por lá passasse rezasse e se lembrasse do bondoso padre que tinha tanta ciência e caridade. No ano de 1928 na sepultura do Pe. Simkiv foi erguida uma estátua do Sagrado Coração de Jesus. Porém, com o tempo a igreja foi transferida para Dorizon, a casa para Mallet, e a sepultura acabou ficando em um campo vazio, por isso os superiores Basilianos começaram a pensar na transferência dos restos mortais para Prudentópolis, onde outros religiosos estão sepultados. Tendo a resposta positiva do vigário geral Pe. Clemente Preima, o Superior Provincial Josafat Roga, OSBM confiou essa missão ao padre Cristóforo Meskiw, OSBM. Assim no dia 8 de agosto de 1958, Pe. Meskiw chega a Mallet para os trâmites de transferência dos restos mortais de Pe. Simkiv. No domingo, 10 de agosto de 1958, foram transportados para Prudentópolis e ali com um grande número de pessoas, durante as missões Pe. Cirilo Simkiv, OSBM foi sepultado ao lado de seus irmãos basilianos.